Medo de morrer no início da vida: uma reflexão sobre o impacto da gestação no nosso desenvolvimento

No início da vida, somos extremamente vulneráveis e dependentes das decisões de nossa mãe, mantendo um contato íntimo com ela. Nosso corpo só existe porque é sustentado pelo corpo dela. Durante a gravidez, aquilo que nossa mãe sente, também sentimos, de forma visceral. Essa parte de nossa história é profundamente lembrada e molda nosso temperamento, que nos torna únicos e se mescla com outras influências ao longo da vida.

Cada vez que a mãe experimenta estresse, ansiedade ou desconforto, o embrião sente o medo da morte, pois existe a real possibilidade de não sobreviver naquele momento. Se o organismo materno não está equilibrado, todo o ambiente ao redor se torna hostil e ameaçador, despertando o medo da morte em um nível celular. A vida em formação é tão sensível quanto preciosa.

Embora nosso sistema nervoso central ainda não esteja completamente desenvolvido nessa fase, as experiências vivenciadas durante a gestação deixam marcas em uma memória celular, muscular, bioquímica e até mesmo extracorpórea. Agora, pare por um momento e reflita sobre como foi para você se sua mãe passou por dificuldades durante a gravidez. Quais memórias você carrega desse tempo?

É importante reconhecer que todos nós, seres vivos, carregamos algum nível de medo da morte, profundamente enraizado em nós. No entanto, existe a possibilidade de cura e transformação para aqueles que desejam enfrentar e superar essa questão essencial. É um processo individual, mas também coletivo, pois muitos compartilham desse medo.

Portanto, convido você a refletir sobre as suas experiências e memórias relacionadas ao medo da morte, especialmente durante o período intrauterino. Essa reflexão pode abrir caminhos para a superação e a cura, não apenas para você, mas para todos que se identificam com esse medo em um nível profundo e celular.