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Nosso maior MEDO é deixar de existir

Atualizado: 6 de dez. de 2022

Todo ser humano experimenta o medo, de uma forma ou de outra, todos sentimos medo.

Medo de começar, medo de parar, medo de não ir, medo de ficar. No entanto nosso maior medo é o medo de deixar de existir.


Não pulamos de paraquedas por medo de morrer, não vivemos plenamente, ainda que pequenas coisas, pois temos medo de acabar, e passamos para a próxima ação como se pudéssemos abrir várias janelas no tempo e permanecer imortal.


Tem gente que não termina uma ação sem começar outra, só para não ver o fim. Tem gente que só gosta de fazer coisas grandes pois coisas pequenas terminam logo. Em tudo está um desejo de não terminar, esquecendo que tudo tem um ciclo definido, começo, meio e fim.


As vezes entregamos a alguém nossos desejos, nossos sonhos para que possa nos salvar do fim, outras vezes temos tanto medo de acabar que não nos permitimos começar, não nos permitimos deixar partir o que já acabou, e ainda, não deixamos que o novo chegue, com medo de que ele possa também acabar.


O que temos na vida é a própria vida? Se não vivemos por medo de morrer, deixamos que ela passe por nós sem que a experimentemos.


Sim, o medo faz parte da vida, reconhecer que ele existe, olhar para a origem dele é como podemos andar sem fugir dele, e quem sabe tocar a paz interior.


O medo muitas vezes nos mantém focado no passado ou no futuro, no entanto é hoje, agora, que estamos vivos, respirando, e nossos órgãos funcionando... até bem.


O medo não está em nós para definir o que devemos fazer ou deixar de fazer, pode até influenciar, porém, nós como adulto que somos, nos responsabilizamos pelos nossos atos.


Eu, muitas vezes, ao ser questionada por fazer algo, julgada imprudente por outras pessoas, respondia que não tinha medo de nada, e ás vezes ainda respondia “se eu morrer, morro fazendo o que quero”, e aos poucos percebi que as pessoas tinham medo por mim, medo que eu chegasse ao fim.


Certa vez quando voltei de uma trilha bem desafiadora a única coisa que minha mãe perguntou foi se não tive medo de morrer. Não quis saber se gostei ou o que experimentei, apenas se não tive medo de morrer. Então entendi que a motivação para discordar da minha viagem era o medo que eu não voltasse. Confesso que até pensei antes de ir que poderia acontecer, porém, enquanto estava lá aproveitei a experiência e o medo não se manifestou, mas os desafios sim! E muitos aprendizados foram vivenciados.


O medo pode até nos transformar em uma vítima, herói ou vilão, dependendo do que fizermos com ele. Ao buscar suas origens e ao acolher os medos, podemos perceber a vida como ela é, ainda que não compreendamos todos eles.


Sim, tudo termina, inclusive o dia de hoje.

Será que estamos com medo de acordar amanhã? Se acordarmos é porque estamos vivos, com medo ou não. Experimente se encontrar com seus medos. Todos temos medo.



Francisca Bezerra Vale Por uma vida mais leve



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